quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

O filme

Olhava ao redor
não compreendia
tinha a impressão
de que seu mundo não existia
Era como um filme sem final
personagens diferentes
num roteiro tão igual
Via comédia na lágrima
e o drama no sorriso
O personagem mais louco
era o que mais tinha juízo
Conseguia enxergar
com os olhos do coração
uma maldade no mocinho
e amor na essência do vilão
Tantas cenas gravadas na sua mente
tanta semelhança
em personagens diferentes
Mas, para tudo tinha explicação
Procurava um motivo
e não achava  razão
Sua sinopse só tinha emoção...
Seguia no mundo compreendendo
cada um na sua filmagem
Mas que cena triste!
Não conseguia entender
a sua própria personagem...

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

A Venda

Era a primeira vez que se entregava
Um sorriso escondia o seu medo
Não despia o seu corpo porque amava
Era apenas um objeto, um brinquedo
de um homem tão mais velho do que ela
cujo olhar tinha um brilho de desejo
cujas mãos apalpavam os seios dela
e os labios buscavam o seu beijo
Trêmula, a garota procurava
Esconder a tristeza no seu peito
e a expressão de nojo disfarçava
pro homem que nem conhecia direito
Ele tinha comprado o momento
E quem paga, espera receber
Apesar de tanto sofrimento
Deu a ele instantes de prazer
Ele saciou sua vontade
Várias vezes com a mercadoria
bateu nela, cometeu atrocidades
para realizar suas fantasias
Foi embora, deixou apenas o dinheiro
e na alma da menina a cicatriz
Ela de lágrimas banhava o travesseiro
Enquanto ele partia bem feliz
Uma colega de trabalho a procurou
vendo o estado que a pequena se encontrava
da bolsa o entorpecente ela tirou
oferecendo para ver se aliviava
Agora a pequena era viciada
e não sentia a rotina tão doída
vendia o corpo pra poder ficar drogada
não comprava com o dinheiro mais comida
Andava quase sem roupa, nas madrugadas
Não tinha fome, não sentia frio
Sua face estava sempre machucada
e o coração batia tão vazio...
Um dia, um maniaco asqueroso
Aproximou-se da garota entristecida
mas, pra ela o assassino generoso
fez um bem, tirando-lhe a vida

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

O Drama de Larissa

Convidou Larissa pra jantar
na semana seguinte: dia vinte
Larissa cancelou os compromissos
Deu chá de sumiço
Marcou mão e pé
escova e até
aumentou a carga horaria
na academia
fez dieta da lua
com a barriga vazia
afinal não era todo dia
que um gato desses aparecia
Não sabia onde iria
No dia esperado:
decepção!!
Havia engordado?
Olhava no espelho
e via um botijão
A roupa não servia
Xingou, estressada
vestiu o armário inteiro:
as roupas pelo chão
trancou-se no banheiro
com a maquiagem
Passou rimel
cilio por cilio separou
com um palito
q droga! O lápis borrou
cadê aquele batom bonito?
Ah tinha q ir com bom sapato
mas qual?
tinha um de salto alto
que era tão especial...
o nervoso inchou o pé
qual é?
o que estava acontecendo?
o sapato apertava
e o dedinho gritava
Não aperta não! Tá doendo!
Um litro de creme hidratante
P ter a pele macia
e mais um pouco de base
pra esconder as estrias
a lingerie que guardara
pro tão esperado dia
ela vestiu
Combinava com o vestido vermelho
colocou uma cinta
p esconder a barriga
Ficou sufocada
um calor que matava...
estava toda suada
mal se mexia
mas estava "montada"
na frente do ventilador
de repente: trimmmmm
telefone tocou
Será que era a amiga
desejando boa sorte?
Antes fosse
Larissa quis a morte
mas não se pronunciou
nem brigou
era a voz do "carinha"
Desligou
voltou pro quarto mancando
contra a vida blasfemando
porque ele desmarcou...

domingo, 26 de dezembro de 2010

A Grande Pequenina

Não era das crianças mais queridas
tão magrinha, cabelinho maltratado
e por trás do sorriso envergonhado
escondia várias lágrimas contidas

Não conhecia quem havia lhe dado a vida
não tinha um ano e tinha a alma amargurada
Vivia tão sozinha, abandonada
com o vazio de uma ternura não sentida

E quem visitava aquele lugar
Com os bebês tão gordinhos se encantava
e aquela pequenina ninguém olhava
justo ela que tinha tanto pra mostrar

Em um dia diferente, o sol brilhou
Um casal lindo que passeava por lá
conseguiu na menininha enxergar
uma beleza, com seus olhos de amor

E a lágrima que tanto se escondia
apareceu em seu rosto, a se mostrar
E o casal disse: "_Não precisas mais chorar:
Minha filhinha, tu encontraste tua família"

Brincadeira Mastercard

João realizou o sonho
de ganhar na loteria:
"Vou mobiliar minha casa
encher a despensa vazia
Comprarei uma mansão
não farei economia
Não quero mais trabalhar
Quero aproveitar meus dias
nem preciso estudar
vou viver de fantasia"
E João comprou o mundo
tinha várias propriedades
Desfilava com as meninas
mais bonitas da cidade
Andava sempre de gravata
só comia em restaurante
Sua vida agitada
nunca mais foi como antes
E João viu a Maria
por ela se apaixonou
Para conquistar a moça
muita grana ele gastou
mandou flores, deu presentes
De nenhum ela gostou
Chamou Maria pra um cruzeiro
e a moça não viajou
Tentou de várias formas
balançar seu coração
e a Maria que queria
sempre lhe dizia não
Maria era vizinha de José
José pedreiro
Nas horas vagas, carpinteiro
José de pé no chão
José, um maloqueiro
Sem casa própria,
sem dinheiro
Tocava pandeiro
Na mesa do bar
E Maria gostava de sambar
Para José, Maria se entregou
João já não tinha esperança
Tirou o dinheiro da poupança
deu pra uma instituição
que ajudava crianças
E voltou humilde a vida antiga
Não quis mais saber de briga
não mais tentou comprar a mulher
que só queria amar José
José era boêmio
Gostava da madrugada
Deixou Maria chateada
quando por outra se encantou
Maria estava triste e João se aproximou
Não lhe deu jóia ou diamante
deu uma abraço aconchegante
e Maria lhe beijou
Hoje vivem de sorrisos
oficializaram a união
trabalham muito todo o dia
mas, na mesa não falta o pão
E fim de semana eles visitam
as crianças da instituição.

Existem coisas que o dinheiro não compra, para todas as outras existe...

sábado, 25 de dezembro de 2010

Meu pai: José Carlos Calil

Tinha o coração maior que ele
Tão grande que cabia o mundo inteiro
Um poeta, um amigo, um companheiro
Não havia alguém que não gostasse dele
Eu era apenas uma menina
que desejava a tal da liberdade
queria ser como as garotas da minha idade
Frequentar festas e fugir da minha rotina
E uma vez, pra que minha mãe deixasse eu ir
O meu pai, que estava tão cansado
Foi pra discoteca, num baile agitado
Só para ver sua filha se divertir
Mas eu, como toda adolescente
com vergonha de estar acompanhada
pelo pai, na minha primeira balada
fiquei quieta e nem consegui sorrir
Meu pai querido, tão amigo, percebeu
E apesar de estar dormindo acordado
dançou: "É o tchan", bem ao meu lado
fingindo que era jovem como eu
Ah! Fez sucesso naquela madrugada
Minha vergonha passou, fiquei em paz
O pessoal da escola queria um pai
Igual ao meu, que dançava na balada
Eu cresci, e escolhi os meus caminhos
Alguns certos, mas também muitos errados
E o meu pai ficou triste e magoado
pelas vezes em que se sentiu sozinho
Um dia acordou passando mal
Eu estava longe, em outro lugar
Com alguém que eu tentava ajudar
enquanto ele ia pro hospital...
Do hospital, ele nunca mais voltou
não me deu a chance de me desculpar
nem um adeus pra que eu pudesse recordar
nem o olhar de quem já perdôou...
e hoje, o Natal é entristecido
Não tenho meu pai pra me consolar
e cada abraço me faz visualizar
a imagem de um pai desiludido
Quando precisei, ele esteve comigo
quando  precisou de mim, eu estive distante
Não dá mais para beijá-lo como antes
nem pra abraçar quem foi meu melhor amigo

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Homenagem ao meus amigos do blog

Luzes acenderam em minha casa
Iluminando minha vida
Lu Cidreira, Maria Helena
são minhas luzes queridas
Do outro lado do espelho
com graça, veio Liane
E uma aprendiz que me ensina
é minha amiga Cleiane
Também fiquei feliz
Em conhecer André Mansim
Um irmão tão bem humorado
de uma ternura sem fim
Néia e Fernandinho
distribuíram carinho
Conheci um adorável menino
chamado Marcos Aquino
Alessandra, Palhaço poeta
Lud e Sônia Cristina
José, Mariana, Carlinhos
Hélio, Katiaho, Giannina
todos eles são queridos
e moram no meu coração
Tia Reh, Izil, Sarinha
curto vocês de montão!!!
Liine , Ti blabláblá e Mariana
Si Arian, Silvia Regina
Amigos que trago no peito
e são parte da minha rotina
Manuel, Lolipop, Celylua
Sue, Angela, Emilia Miranda
Rogermarx, Camila e Gabyshiffer
fazem parte da minha ciranda
Janaina, João Lemes e Larissa
Marcio e Alexandra Gurgel
Maria, Betty, Thamara, Marta
Arthur, Merlanie, Ionel,
Carla , Marcela e Bárbara
fazem o sol brilhar no meu céu
Mas, tenho um amigo tão lindo
fofo, sensível, legal
Ele trouxe o melhor presente
que ganhei neste Natal
Lupo que eu adoro tanto
me deu o mundo virtual
onde fiz tantos amigos
que no meu coração
já têm lugar especial

Desejo a todos meus amigos, paz, saúde, amor, e tudo de melhor que possa existir no mundo.
Amo vcs. Feliz Natal

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Encontro com o Espelho

Estava em frente ao espelho
Dessa vez foi diferente
Não tinha os olhos vermelhos
Tinha a alma sorridente
Enxergou beleza
Onde antes, não via
E no lugar da tristeza
Abriu um sorriso de alegria
Quantas vezes pensou
Que era um peixe fora d’água?
Quantas vezes plantou
no coração, sementes de mágoa?
Mas descobriu uma essência
De amor, de respeito
Tão puro e verdadeiro
O amor do mundo inteiro
Guardado dentro do peito
Descobriu sinceridade
Compaixão, amor, bondade
Descobriu que caminhava
Na estrada da verdade
Tantas coisas bonitas
Numa mesma identidade
Que se enxergou tão bela...
Se não encontrava o amor que procurava
É porque todo o amor do mundo
Já se encontrava dentro dela

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Preguiça

Ah preguiça
que me toma conta
deixando-me tonta
de  tanta preguiça...
Preguiça vazia
que anda em meus dias
que deita em meu colo
e me acaricia.
Meu corpo cansado
já nem se espreguiça
se espalha na cama
tamanha preguiça...
E as horas se passam
na minha apatia
A preguiça me abraça
e me faz companhia
e se eu abro os olhos
seus olhos eu vejo
preguiça me encara
e me cala com um beijo
Então eu me rendo,
doce e submissa
com o corpo já inerte
entregue à preguiça

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Lembranças

Ah que saudades da minha juventude
Era bom filho, estudioso e bem humorado
tinha amigos que me queriam ao lado
Mas, hoje ninguém enxerga minhas virtudes
Naquele tempo, me apaixonei perdidamente
por uma garota tão linda, tão formosa
e em uma cerimônia religiosa
Jurei que iria amá-la eternamente
Tivemos filhos, todos fortes e perfeitos
Só carreguei amor nesse meu peito
se me pediam presentes, não negava
não importava a eles, o preço que eu pagava
Fui exemplo de homem, eu garanto
Minha mulher dizia que tinha sorte
Mas quando adormeceu,
nos braços frios da Morte
eu nunca mais deixei ninguém secar meu pranto
Minha amada esposa levou com ela minha alegria
A morte dela só deixou tristeza nos meus dias
Hoje o mundo me trata como um velho amargurado
Ninguém aguenta ouvir as histórias do meu passado
Perdi meu equilibrio, já mal fico em pé
Não como mais sozinho, não tomo meu café
Mas,vou sobrevivendo, nesse asilo, abandonado
Contemplo o horizonte, na janela, apoiado
Na mão esquerda trêmula ainda trago a aliança
do tempo que eu vivia de amor e de esperança
E agora, meu olhar é triste e marejado
só traz saudade do amor que tive e me foi tomado
Sem meus filhos, sem amigos,
somente a solidão me quer
Mas, Deus está comigo
Um dia eu acordarei
nos braços da minha mulher

Aproveito o post de hoje para agradecer a minha amiga Bárbara pelos 11 selos recebidos (os 11 primeiros na coluna "Mais Prêmios"). Ela é uma pessoa fantástica... E gostaria de dividi-los c todos os blogs que sigo, pq amo todos sem exceção.

Carta para a Dilma Noel

Escrevo essa carta a nossa nova presidente
Pra que nesse ano novo, faça tudo diferente
Meu pedido é muito simples e não custa dinheiro
Dilma, traga amor pro nosso povo brasileiro!

Olhe bem fundo nos olhos dos aposentados
que durante a vida toda trabalharam. Estão cansados..
Que recebam o salário merecido pra viver
já que com o que eles ganham, mal dá pra sobreviver

Enxergue os animais que estão nas ruas, abandonados
Eles não são notícia, mas, também morrem atropelados
Cachorro tem o mesmo frio, a mesma dor que quase mata
e não tem nenhuma culpa de nascer com quatro patas

Dilma, minha querida, não se esqueça das crianças
que cresçam com educação, sem sentimentos de vingança
que jamais uma pessoa que esteja passando mal
Perca sua preciosa vida numa fila de hospital

Desejo que os mendigos tenham direito a alimentação
que ganhem moradias e nunca mais durmam no chão
que os políticos não roubem o nosso dinheiro suado
e que sobrem empregos na vida do desempregado

Ah minha cara Dilma, são tantos os pedidos...
Traga um pouco de esperança pra um Brasil desiludido
Se não puder realizar tudo, faça  um pouco, companheira
Com amor no coração, porque também é brasileira

domingo, 19 de dezembro de 2010

Poesia de Maria do Socorro

Quando eu era menina
O meu pai me batia
Eu chorava, pedia
Providência divina:
Ninguém interferia!
Eu pensava:
_"Um dia vou sair dessa rotina"
Minha mãe não fazia nada
Assistia calada
E ficava na surdina...
Eu vivia marcada
Roxa, quebrada
O porquê das surras, não sabia
Sempre ouvi de mamãe que eu merecia
Eu cresci, me tornei quieta e chorosa.
Um moço me conheceu
Mandou-me um buquê de rosas
Tratou-me com tanto carinho
que o amor aconteceu
Eu tinha só dezessete,
Mudei pra sua quitinete..
Minha barriga cresceu
Ganhei meu primeiro neném
E esse homem que eu amei
Já me batia também
Todo mundo perguntava
Por que eu não o abandonava
Se ele não me tratava bem?
Eu não respondia
Mas no subconsciente
a voz de mamãe dizia
que eu merecia, que eu merecia...
O meu pai fez o favor de me criar
Esse homem fez o favor de me amar
Por mais que eu tentasse pagar
Eu sempre devia...
Tentei quitar a dívida
Dei meu corpo e mais oito crianças
Dei minha juventude,
dei minha esperança
de nada adiantou
minha dívida só aumentou
agora, ele sustentava os meus meninos...
Ele tinha nos seus chutes, meu destino
Eram socos no rosto todo dia
E a voz de mamãe eu ainda ouvia
dizendo que eu merecia

sábado, 18 de dezembro de 2010

Timidez

Na garganta, a frase entala
asfixiando a liberdade
Escondendo a identidade
Move os lábios, nada fala

Tudo em volta é alegria
a palavra se escondeu
A língua desapareceu
Silêncio se fez companhia

Música alta tocando
Amigos confraternizando
e a voz não se pronuncia

Queria também estar dançando
Brindando, falando, brincando
Tentava, mas não conseguia...

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

João e Maria

Poucos vêem na lagarta, a borboleta
Sobe no salto alto
Anda livre pelo asfalto
Ardendo como malagueta
Já mutilou seu corpo
Arrancou duas costelas
Pra ficar com a cintura
da artista da novela
Brinco e colar de strass
Nos lábios, batom vermelho
Retoca o rímel no espelho
Maquiagem nunca é demais!
No andar mostra um gingado
Coração descompassado
Nos passos de quem quer mais...
Finge não ouvir  palavrão
Que lhe grita alguém, na rua
Sob a meia luz da lua
Só mostra disposição
Tem brilho na roupa e no olhar
Rebola na noite, insone.
Tem seios de silicone
E um forte desejo de amar...
Um coração carente
Entrega-se a tanta gente
Na ânsia de alguém gostar
Demonstra falsa alegria
No fundo só quer companhia
Um amor para lhe cuidar
Segue desprotegida
Corajosa, destemida
Agradando a quem quiser
Traz no rosto o triste sorriso
E no corpo masculino
Guarda a alma de mulher

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Amigo Secreto

Expressões engraçadas
o papel é aberto
começou o jogo
do amigo secreto
um recebe um presente
que de tão lindo, comove
outro ganha um par de meias
da loja de um nove nove
Abraços trocados,
No abraço, um abrigo
Amigo tão secreto
que não sabia que era amigo
O segredo se perde
pra quem não guarda segredo
Alguém troca os papéis
Pra pôr fogo no enredo
Inimigos declarados
choram abraçados
mas, trazem no discurso
as mágoas do passado
Na troca de presente
Chora o carente
Chora aquele que o amigo
faltou pra não dar presente
todo mundo desculpa
todo mundo é desculpado
Na louvável brincadeira
é choro pra todo lado
No amigo secreto
quem estava longe, está perto
quem de triste nem sorria
já tem o sorriso aberto
o melhor da festinha
não tem preço aparente
felicidade de quem ganha
um amigo de presente

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Guerras

Já me camuflei
vivi várias batalhas
não ganhei medalhas
mas, matei...
Matei a alegria
matei poesia
Porém, levantei
Tentei conquistar
meu lugar
nos corações
Sem pistolas,
me armei de emoções
que quase me levaram a morte
mas, Sou forte...
Sobrevivi
Estou aqui
de peito aberto
perdida no meu próprio deserto
Não quero mais lutar
eu me rendo
Não vou mais me entregar
eu aprendo
Meus companheiros de guerra;
meus sonhos; caíram por terra,
Não desejo acertar
o alvo distante
nem vou seguir adiante...
Sangra esse meu coração
um sangue que nunca se estanca
Não posso, já vivi guerras demais...
No campo da minha emoção
levanto a bandeira branca
não quero mais guerra, só paz

Aproveito o post para agradecer de coração Ao Lu Cidreira (http://lucidreira.blogspot.com), pelo selo prêmio lindo que ele me ofereceu. Muito honrada. Também agradeço ao Marcos Aquino (http://umsernovo.blogspot.com) e a Bárbara (http://barbaranonato.wordpress.com). Bjos meus lindos. Adoro vocês três.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

O Teatro

Delegado:_ Se liga, elemento, Cuidado com o que fala
Eu sou o delegado e você tá na minha sala
Não quis assaltar banco? Agora entra na linha
Se não "ficar pianinho"vai virar minha mulherzinha

"Bandido 1": _Caramba, delegado: o "sinhô" há de se lembrar
Sei q eu não tenho trampo, mas tenho filho pra criar
Quando eu assaltei o banco o "sinhô" não tava lá
O "sinhô" tava extorquindo outro trouxa em outro lugar

Delegado:_ Ah cara,"tu não presta""tu quer" me chantagear
Mas é pobre e favelado e ninguém vai te escutar
Tenho filhinha doente e remédio pra comprar
meu salário é de indigente mas tenho q trabalhar
vc é um delinquente e por isso vai pagar

(Bandido liga pro filho do celular que conseguiu na prisão)

Bandido 1: _Guri, escuta menino: o papai não vai voltar
Mas a mamãe vai pôr um outro vagabundo em meu lugar
Moleque, engole esse choro. De que adianta chorar?
Pega no armário a 38 pra "tu poder" se virar

(O tempo passa. Rebelião no presídio)

refém 1 (mulher): _ Pelo amor de Deus, já estou desesperada
Se alguém não me ajudar, vou morrer estrangulada
O meu erro maior foi nascer em família errada
O meu pai estrupador, minha mãe não vale nada
minha filha que era boa, já morreu e está enterrada

refém 2 (criança):_Que legal, que legal, arma igual policial
Como passa na tv, e aí tio, deixa eu ver?

"Bandido 2":_ Não moleque não faz isso! Tira o dedo do gatilho!!!

(Arma dispara: pá pá pá pá)

"Bandido 2":_ Tinha a cara do meu filho...

"Bandido 1":_Esqueceram a cela aberta, nossa chance de escapar
Tenho um "brother" lá no morro, que pode nos abrigar
Vou com a roupa do corpo e também com o celular
Pra "tu ligar" pra tua mulher e eu ver meu filho como está

(Bandido 1 telefona pro filho): _ E aí, moleque, como é que "tu tá"?
Filho: _ Tô com uma enteada no colo e um filho pra criar
Bandido 1: Quer dizer que sou avô? Que notícia boa "rapá"
Vê se trabalha honesto pro teu filho ter futuro, melhor do que eu pude te dar

(Policia chega atirando):_pá pá pá pá! Menos um pra preocupar
Peguem o outro, "matem ele", não "deixem ele" escapar"
(pá pá pá pá) Dêem um sumiço nos corpos pra niguém desconfiar...

Filho do bandido fala com a "esposa": _ O meu pai morreu mulher
Vou agora me vingar. Vou roubar grana no banco pra essa criança não chorar
Vou ser melhor que meu pai e vamos ver no que que dá

(Filho do bandido vai preso. Na delegacia, a conversa:)
Delegado:_ Se liga, elemento, Cuidado com o que fala
Eu sou o delegado e você tá na minha sala
Não quis assaltar banco? Agora entra na linha
Se não "ficar pianinho"vai virar minha mulherzinha

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

História de um labrador

Estava enjaulado, era um bebezinho
Venderam-me como se eu fosse um objeto
Abanei o rabinho, lambi como prova de afeto
Então, dei adeus aos irmãozinhos
Percorri num automóvel o trajeto
Para chegar ao meu novo lar
Uma mulher veio me abraçar
 “Você é meu, agora”_eis o decreto
No começo eu era novidade
Eu amava minha dona de verdade
Ela às vezes até me sufocava
Tamanha a força que abraçava
Eu cresci, protegi a sua casa
Nem mamãe eu amava mais que ela
Mas comigo, sua atenção tornou-se rasa
Não quis mais que eu chegasse perto dela
Ela havia se casado com um moço
Seu marido não gostava de cachorro
Um dia, me deu um chute, quase morro!!
No outro me pegou pelo pescoço
Colocaram-me no carro e entraram
Fui feliz... Achei que ia passear
Mas na estrada me fizeram saltar
Partiram e nunca mais voltaram
Ah, a fome quase me mata...
Tive só a solidão de companhia
Perdido nas madrugadas frias
Senti o que sente um vira-lata
Os anos se passaram, minha idade avançou
Mas encontrei e invadi meu antigo lar
Minha dona chorando no sofá:
Por outra o marido lhe trocou
Poderia pensar:"Estou vingado"
Afinal também fui abandonado
Mas não sei direito o que é rancor...
Encostei o meu fuço na sua face
Deixei que ela me abraçasse
E em seu colo, morri de tanto amor!

domingo, 12 de dezembro de 2010

Loreta: Uma história real...

Toda mãe tem seus pressentimentos...

Desde o começo a mãe sabia
que a menina pouco viveria
Queria registrar os bons momentos

Única filha de seus pais
Mas não era menina mimada
Uma alma muito evoluída...

A menina gostava de lilás
amava dar flores, amava animais
Tão breve foi a sua vida...

Loreta precisou de plasma
foi internada num hospital
que pagou pelo sangue de um viciado

Um sangue contaminado
com o vírus HIV
Seu mundo começou a escurecer...

Morou no Hospital praticamente
Menina linda virou triste e doente

Naquela época a doença
não era muito conhecida
Loreta tão amada, tão querida
Aos poucos foi perdendo a vida

Um dia antes da sua morte
A menina vendo a mãe chorar
Perguntou: "Mamãe, os anjos são despidos?"

A mãe tentando ser forte
respondeu com um falso sorriso:
"Meu amor, anjos usam vestidos
vestidos brancos e compridos"

Nesse instante, pouco antes de ir embora
Loreta abraçou a mãe, com gosto
Limpou as lágrimas em seu rosto
e disse: "Só vou trocar de roupa, mãe, não chora..."


Loreta viveu apenas por dez anos.  A mãe quase enlouqueceu com a sua morte.   Na época se colocou na frente de um carro. O pai de Loreta tirou sua esposa da frente do automóvel, evitando mais uma morte. Processaram o hospital. A história da menina saiu nos jornais. O Hospital tinha nome, tinha influência. Além da perda da filha, ganharam de Natal uma conta enorme para pagar, proveniente do processo que foi indeferido. Neste ano, completaram 15 anos de trabalho voluntário, entrega e solidariedade numa comunidade terapêutica que auxilia na recuperação de dependentes químicos...

(Este meu post foi uma homenagem ao querido casal, Zélia e Jaime, duas pessoas maravilhosas que Deus colocou em meu caminho. Pessoas que souberam perdoar e que, ao invés de amargura, distribuem o amor e a esperança, fazendo o bem. Digo sempre que tenho duas famílias, minha amada familia biológica, e esses meus pais, escolhidos pelo meu coração)

"Se isso não é amor, o que mais pode ser? Estou aprendendo também..." (Jota Quest)

sábado, 11 de dezembro de 2010

O meu conto de fadas

Dia desses, eu estava lendo no blog da Bárbara (http://barbaranonato.wordpress.com) , um post muito bacana que me chamou atenção. Ela falava de personagens infantis, de identificações. No fim perguntava  com  qual personagem as pessoas se identificavam. Maravilhosos os textos da minha amiga. e os comentários também. Fiquei pensando, pensando, eis a minha conclusão: (kkk)

O meu conto de fadas


Poderia ser Branca de Neve,
Já comi maçã da vida envenenada
Que me fez adormecer tão encantada
Acordei, o meu sonho foi tão breve...

Poderia ser, quem sabe, Cinderela
tentando alcançar seu ideal
Não tenho um sapatinho de Cristal
Não gosto de balada como ela

Pensei: e se eu fosse a Chapeuzinho,
tentando levar doce a algum doente?
Porém, se o Lobo aparecesse na minha frente
não deixaria alguém fazer mal pro bichinho

Refleti sobre a Bela Adormecida
Só dorme, é quieta e não tem pressa
Meu tempo não pára, anda depressa
e tenho minhas noites mal dormidas

Lembrei da pequenina, a  Sininho
Mas há quem não acredite em fadas
E eu não poderia fazer nada
Se ninguém batesse palma em meu caminho

Recordei-me da personagem Bela
Que conseguia ver na fera uma beleza
Mas vivia trancada! Que tristeza!
seu castelo na verdade era uma cela

Alice no país das Maravilhas
Adoraria viver no mundo dela
Mas a Rainha de Copas tem sequelas
E seus guardas, essa vil mulher humilha

Procurei, tentei... não achei nada
Então apertei forte o travesseiro
Acho que vou escrever  meu roteiro
e criar meu próprio conto de fadas

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Minha grande amiga

Hoje dedico meu post a uma pessoa encantadora,  extremamente cativante, carinhosa, que carrega consigo um amor tão grande pelo próximo, que mal cabe no peito. Por isso ela distribue esse amor pelo mundo...

Passeando pelo mundo virtual
Conheci uma pessoa
uma mulher de alma boa
e coração sentimental
Não, não é uma mulher qualquer
É um exemplo pra toda mulher
Uma essência pra lá de angelical
Suas palavras me trazem alegria
Seu olhar, cor de rosa pro meu dia
O seu mundo é mais que especial
Tem um sorriso q irradia
tem uma alma q é pura poesia
Ah minha grande amiga virtual
Que distribue simpatia...
Gosto de passear no seu canto
No seu castelo de encantos
Ter seus textos como companhia
Já li vários blogs! Maravilha!
Mas é quando leio seus poemas
que minhas emoções entram em cena
Que grande poeta é Maria Helena!!!

Eu tinha escrito esse post ontem e estava programado p ser colocado depois de amanhã. Mas, aconteceram algumas coisas no caminho e resolvi postar hoje e acrescentar que Maria Helena é médica de almas, é uma mãe, a mãe mais generosa e compreensiva, a mais amiga. Um anjo tão especial que se dispõe a largar seus afazeres para ouvir e ajudar todos que precisam do carinho dela. Maria Helena, amo você e pode ter certeza que suas palavras doces sempre plantam sorrisos nos corações.

blog da Maria Helena (Pintando o Sete com a Vida) :  http://pintandoosetecomavida.blogspot.com/
(Agradeço ao Lupo por ter colocado esse anjo no meu caminho)

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Ilusão

Era inocência, ninguém compreendia
Tinha tudo, mas não o tudo que queria
Andava solto no mundo
A mãe trabalhava noite e dia;
O pai; desempregado; adormecia
Na mesa de um bar imundo
Menino tão livre e tão fechado
Carregando tantos sonhos no peito
Menino só queria ser aceito
Quando lhe ofereceram o baseado
Ele riu, se divertiu e foi notado
Daí em diante, sempre teve alguém ao lado
Pra fumar junto com ele, pra acolher
Ensinaram a criança a beber...
“Ah! O pai sabia o que era bom!”
Era seu super-homem, tinha o dom:
O pai gostava e conseguia aparecer
“quero ser igual meu pai quando eu crescer”
Moleque agora adolescente
A cachaça não trazia tanta gente
E não agüentava o vazio da solidão
Queria conquistar uma menina
Que havia invadido seu coração
Mas sua timidez o escondia...
_Toma aí, moleque, é cocaína...
Cheirou o pó branco, tomou coragem
Moleque virou adrenalina
Ia pra festas,  mansões com piscina
e até namorava a tal menina...
O tempo passou,
moleque já não era mais maneiro
Moleque já não tinha mais dinheiro
Homem preso no seu mundo de ilusão
Não acordava pra consumir o crack
Porque Homem, já quase não dormia
Não banhava o seu corpo, não comia
e sua principal defesa era o ataque
Homem não mais sonhava
Homem não trabalhava
Homem bebia,
 cheirava e fumava
Começava a emagrecer
Pelas ruas se humilhava
e ninguém mais confiava
não o deixava dever
Homem louco implorava
por uma pedrinha só
que dó!!!
Agora, nem a mãe lhe ama
Acende na lata suja a mesma chama
p viajar pro seu  mundo melhor
Na pior...
Esqueceu de crescer
a droga estacionou a sua mente
viveu apenas morte inconsciente
Morria ao poucos, vagarosamente
Era "psico", um demente
Era louco, um insano
O "Homem" nunca mais foi ser humano...

Encontro

Um esbarrão, um diálogo:
_ Desculpe, eu te machuquei?
Eu sempre machuco as pessoas...
_ Não sinto dor, eu não sei
Só enxergo coisas boas
_ Nossa! Somos bem diferentes
Faço sofrer tanta gente
Sou acelerada
As vezes atropelo
o que vejo pela frente
_ Eu já sou muito tranquilo
Ando bem devagarinho
Onde passo distribuo
cuidado, ternura, carinho
Gosto de levar paz
Gosto de olhar para o próximo
e enxergar sua essência
_ Ah Eu só vivo de aparência
Sou inquieta, sou fogosa
Finjo que sou carinhosa
Mas, não tenho paciência...
Minha máscara cai depressa
Mas, eu curto! É bom a beça
Ninguém resiste a minha presença
_ Eu não preciso bagunçar pra ser notado
Por isso, sou mais cheio de cuidados
Quando conheço as pessoas, me mostro introvertido
Mas, aos poucos eu me solto. Torno me muito querido
_ Não gosto muito da vida
Trago dor, às vezes levo a morte
Sou pimenta, sou ardida
Gosto de ser bandida
Não quero que alguém me conforte
_ Eu já não! Ajo com o coração
Quero sempre alcançar a eternidade
que onde eu entre, reine a tranquilidade
O carinho,  respeito e compreensão
_ Ah meu velho eu gosto de novidade
Hoje eu quero alguém
Amanhã não quero não
Já vi brigas por mim provocadas
Já vi suícidio e assassinato
Porém sempre assumo meus atos
_ Querida, sigo sozinho a jornada
Desculpe esbarrar em você
Vc é aparência, eu sou essência
Não gosto de me aborrecer
Ainda tenho uma longa estrada
que preciso percorrer
_Ok, está certo
Mas, queria ao menos saber
Quem acabei de conhecer
e quase derrubei no chão...
Diga seu nome, por favor
Eu me chamo Paixão
_Eu fui batizado de Amor...

O amor é calmo, é verdadeiro.
As vezes chega sorrateiro
e aos poucos, vai mostrando
sua intensidade
tenho p mim
que paixão não traz felicidade
Há quem vá discordar
Mas, eu não gosto de aparência
Eu só enxergo pela essência
E pra mim isso é amar

Como já dizia Renato Russo: "Se a paixão fosse realmente um bálsamo, o mundo não pareceria tão equivocado"
As vezes descrevemos nossos sentimentos pelas pessoas, sem saber que inconscientemente, estamos falando de amor.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Papai Noel no Brasil

Noel estava em casa lendo as cartas das crianças
Pegou uma cartinha: Santos, Brasil, Vila Esperança
Então arrumou as malas e saiu do Pólo Norte
Pra ajudar o garotinho abandonado a própria sorte

Chegando no Brasil, trânsito congestionado
Papai Noel com as renas, estava muito atrapalhado
o povo gritava: Velho , 'cê tá procurando a morte
Trenó aqui no Brasil, não é meio de transporte

Noel estacionou, deixou as renas de lado
Tentou subir no ônibus: o "busão" estava lotado
O motorista bravo brigou, Noel não tinha o RG
_Velho gordo danado, você vai ter que descer

Papai Noel, já triste foi tentar a lotação
_ Velho sem carteirinha, aqui não entra não
Desolado e perdido, o pobre Noel sentiu
o tratamento dado aos velhinhos no Brasil

Passaram  maloqueiros, roubaram o saco vermelho
Empurraram o bom velhinho, que quase quebrou o joelho
lágrimas no rosto, levou um susto com o baque
os presentes roubados viraram pedras de crack

Machucado e amarrotado, tentando se encontrar
pediu ajuda a um moço que acabava de passar
_Bom rapaz, será que você poderia me ajudar?
Eu preciso saber aonde fica esse lugar...

O garoto resolveu ajudá-lo, sem vacilo
E mostrou ao pobre velho o caminho do asilo
Papai Noel agora estava magro e desolado
E uma carta escreveu pro menininho abandonado:

_ Ô pobre menino, eu lhe juro que tentei
Fui roubado, humilhado e o pior que não lhe achei
Como posso dar a você, um futuro de presente
Se aqui no seu país, velho também é carente?

Inquietação

Se tens um coração apertado
e um sentimento abafado
por alguma inquietação
Afasta de ti essa sensação
Olha fundo nos teus olhos
com os olhos de tua alma
procura manter a calma
seja qual for tua dor
faz da dúvida um sorriso
sem jamais perder o siso
e busca a Paz e o amor

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Madrugada

Às vezes, na madrugada
Minha alma se cala
Procura uma voz no silêncio
Mas a voz não me fala
E eu que queria ouvir tanto
Derramo meu pranto
No sono que embala
meus pensamentos
Por um momento
Acredito
Na voz que não disse
Mas que se existisse
Talvez me dissesse
O q eu não estaria
Preparada pra ouvir
Então numa prece
Eu peço pros céus
Que meu coração
Possa resistir
Meu anjo da guarda
que nunca aparece
mas que nem por isso
deixa de existir,
Entrego a ti
Toda minha angústia
Tira do peito
O vazio que entristece
Vem me conduzir
O silêncio se  instala
Meu anjo não fala
Me beija na testa
E me põe pra dormir

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Mais um Presentinho!

Oi gente. Humildemente feliz, recebo o meu segundo selo prêmio, que foi oferecido pelas amigas Liane e Bárbara. Não podia recebê-lo em melhor hora. Agradeço de coração. Divido a alegria com todos aqueles que contribuíram, com carinho, amor ou mesmo com palavras feias. Cada um dá aquilo que tem.

Estou emocionada, porque não tenho experiência de anos, não me intitulo poeta e mesmo assim existem pessoas que gostam dos meus textos. Quando montei um blog, montei com o intuito de dividir alegrias, pensamentos e até mesmo fazer críticas de uma forma irreverente. Infelizmente, alguns não me compreenderam, fato comprovado por um texto meu postado há alguns dias atrás e que até hoje rende comentários desagradáveis de pessoas que, criticando minha paródia sobre os ataques no Rio, começaram a me atacar. Mas, tudo bem, o espaço é livre. Eu, particularmente, gosto de levar amor, graça e carinho as pessoas. Respeito as diferenças. Agradeço de coração pela atenção que me é dispensada com tantos comentários, construtivos ou não. Não queria de forma alguma que isso estivesse acontecendo, mas como não tenho poder para fazer nada, sintam-se todos à vontade para comentar no referido post. Vai que numa dessas meu blog seja considerado o mais polêmico da Net e eu acabe indo parar no Programa do Jô.....

Amo todos os blogs que sigo, sem exceção, se não gostasse não seguiria.

Um beijo com carinho a todos que me fazem sentir que sou tão importante para ser sempre lembrada.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Lágrimas...

Era uma lágrima. 
Uma lágrima triste e reprimida,
 que sonhava em ser alguém na vida
Mas, não era...
Apesar de ser lágrima sincera,
Era tímida. Vivia escondida.
Conhecer o mundo? Quem dera...
Vivia na ilusão de quem espera.
Com medo de ser reconhecida.
Havia outra lágrima
Que gritava por liberdade
Por alguém que a notasse
Uma lágrima fujona,
Deslizando pela face
Avistou sua companheira
E em sua essência de amor,
Quis dividir com ela
sua angústia, sua dor
E amaram-se.
Entregaram-se
transformaram-se em uma só
A mesma essência,
Dividiram o que tinham de melhor
E dessa entrega carinhosa
Nasceram outras meninas
meninas dos olhos...
tingindo de  rosa
o branco da paz
Eram crianças, crianças pequenas
que alimentadas  de angústia
cresceram, tornaram-se moças
e descobriram, com astúcia
que a união faz a força...
Juntaram-se em pranto
E não puderam mais ser contidas
entre soluços e desencantos
com a alma amortecida
atiraram-se na vida
Mas, então
que ingrata desilusão...
distraídas com a beleza da terra,
vendo a brisa escorrer do céu
foram todas atropeladas
por um lenço de papel...
  Emocionada, posto meu primeiro Prêmio-selo

Meu blog "Blog da Fofa"  foi agraciado (o que me fez muito feliz) pela simplicidade e pureza de conteúdo, pela amiga Barbara Nonato da Minha Essência (http//barbaranonato.wordpress.com) e também pela amiga Liane, do Blog da Liane -Do outro lado do Espelho (http://blogdaliani.blogspot.com), pela admiração que tem pelo meu trabalho, com um prêmio-selo. Também foi me proposto por elas um desafio, composto de sete perguntas, cada uma com 7 respostas
1) O que pretendo fazer antes de morrer
-Escrever um livro
-Ter uma filha
-Ser entrevistada pelo Jô Soares
-Fazer faculdade de psicologia
-Plantar uma árvore
-Aprender a tocar violão
-Conhecer a Grécia

2)Palavras ou expressões que mais falo
-Ai que fofooooooooo
- Faça o que seu coração mandar...
-Há um complô universal contra mim
-Você está aí, eu estou aqui: um de nós dois tá no lugar errado
-Você não tem família? (qdo alguém que eu gosto não me liga)
-Tá com saudade?
-Meu coração já está todo remendado...

3)Coisas que eu faço bem
-Desenhar
-Ajudar as pessoas
-Escrever
-Artesanato
-Comer
-Palhaçada
-Bagunça

4)Meus defeitos
-Preguiçosa
-Ansiosa
-Impulsiva
-Grudenta
-Impaciente
-Muito carente
-Insegura demais

5)Minhas qualidades
-Extremamente amiga
-Leal
-Carinhosa
-Inteligente
-Voluntária
-Compreensiva
-Palhaça

6)Coisas que eu amo
-Minha Família
-Meus amigos
-Meus animais
-Música
-Meu computador
-A Comunidade Terapêutica República da Vida ( que eu faço voluntariado)
-Psicologia
-Ajudar as pessoas

7)Blogs que eu gosto muito e por isso ofereço o selo e também o desafio das perguntas:
-Amo o blog do Thalles (http://tallesazigon.blogspot.com), pela sensibilidade e emoção que ele me passa
-o do Lupo (http://pensamentosdolupo.blogspot.com) que tem uma graciosidade em suas palavras
-o blog da Maria Helena (http://pintandoosetecomavida.blogspot.com) pelos poemas delicados e profundos
-o blog do Silvio Afonso (http://palhacopoeta.blogspot.com) por dividir suas emoções, um pouco da sua vida e pela poesia no seu texto
-do André Mansim (http://amansim.blogspot.com) pelo humor, graça e simplicidade
-da Izil Gallu (http://izil.blogspot.com) porque seus poemas e textos me cativam e muitas vezes me encontro neles
-da Cleiane Oliveira (http://aprendizdeideias.blogspot.com) que é talentosa, se intitula aprendiz, mas muitas vezes é professora

Esses são Blogs que eu acompanho sempre e que comento com prazer porque cada um ao seu estilo, me traz paz, reflexão, emoção ou humor. Mas, gostaria de deixá-los bem a vontade para decidir se querem ou não postar o selo. E não quero de forma alguma que se sintam obrigados a isso, coloquei seus nomes por realmente ser admiradora do conteúdo de seus respectivos blogs. Mas, não é o selo que me fará gostar mais ou menos de cada um . Amo todos vcs. Ah, e não desmereço em aspecto algum os outros blogs. Se não gostasse, seria impossível seguí-los. Foi mto difícil escolher os sete pq amo todos os que sigo. Assim,acabo me sentindo meio mal, não gostaria de ser injusta com nenhum. E podem ter certeza que, aos poucos, conforme os selos chegarem irei prestigiando um por um.

Não citei o blog da Liane e o da Bárbara, que são fantásticos, para não parecer que são bons só porque me indicaram. Afinal, são lindos, puros e já tem os seus merecidos selos. Mto obrigada às duas, estou lisonjeada. Bjos a todos. Fiquem com Deus

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Homenagem ao meu avô

Voa poeta  (Martinus Hoyer)

Voa poeta, voa
Nas asas da inspiração
Vai semear poesia
no seio da Criação
canta na Serra Leoa,
Em Atenas e Istambul,
distribuindo harmonia
pelas molduras do azul
Mas, não te esqueças da gente
Agitada e envolvente
dessa nossa Paulicéia
entregue à poluição
Tranquiliza essa colméia
de abelhas, desvairada
dando o toque de Alvorada
para sua redenção
Voa poeta, voa
Pela Terra da Garoa
nas asas da imaginação

domingo, 28 de novembro de 2010

O Rio de Janeiro continua lindo...

Resolvi postar hoje uma paródia, como forma de protesto pelos últimos acontecimentos na cidade maravilhosa:
O Rio de Janeiro
Continua caindo
O Rio de Janeiro
Tem gente morrendo
O Rio de Janeiro
de abril a março
Ratatatá, Joãozinho
Um tiro no braço!
Ratatatá o Paulinho
Já perdeu o baço
Loirinha semi nua
Sangue na poupança
Acertaram a gordinha
Tem furos na pança
E continuam dando
tiros tão certeiros
Ratatatá, menininha
Pipoco no traseiro
Vê se foge Terezinha
do Rio de Janeiro
Ratatatá Amandinha
Não tem peito de aço
Ratatatá, Mariazinha
Aperta o passo!
Morreu moça na favela
Aquele Abraço!
Atropelaram a magrela
virou papel almaço
Um caindo no bueiro
Outro indo pro espaço!
Ratatatá Iracema
Tá no bagaço!
Acertaram o vagabundo
no antebraço
Algodão no nariz
tem um chumaço
Se um tiro “pega eu”
Não sei o que faço!
Prá você que morreu
Buuummm!
Cadaver no terraço!
Furo no pobre padeiro
Tem um calhamaço
E do meu Rio de Janeiro
Só sobrou estilhaço

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Programa do Jô: um sonho

Escrevi p Caldeirão,
Carta cheia de emoção
Recheada de ternura:
“Peço com toda a doçura,
Que o Jô me entreviste!”
Qual a minha decepção...
Luciano me fez triste:
_Essa possibilidade não existe”
Suas palavras foram duras
_“Cara fofa sonhadora,
Exclamou, ao vivo e à cores:
“Loucura, loucura, loucura!!!”

Telefonei no Domingão
Falando do meu desejo
Que ao final da entrevista,
O Gordo me mandasse um beijo
_ Menina, você não é artista
Não Canta, não dança e não pinta
Se quiser ir lá no Jô:
Atenção! Se vira nos trinta!
Assim, o Faustão respondeu
_É cada uma que me aparece
Vê se cresce, ô louco meu!!!

Passei por baixo da mesa
Pra pedir a Ana Maria Braga
que ela me desse a certeza
de me arrumar uma vaga
no Jô, como entrevistada
Mas de repente aquela praga
Do louro José me falou:
_Meu ouvido não é latrina!!!
E junto com ele, zangada
Ana se manifestou.:
_Hummmmmm, Acorda menina

E já eram altas horas,
Eu esbarrei no Serginho
_Serginho, não vá embora
Dê-me só um minutinho
E rapidamente sem demora
O Groisman me atendeu:
_ O q vc quer agora?
Está começando a chover,
Já senti umas três gotas.
Não tenho tempo a perder,
Por isso, fala garota!!!

De tão triste não quis falar nada
Estava ficando desesperada
Mas Willian Bonner apareceu
Passeando na madrugada
Quando tentei lhe falar
Cortou-me tal qual açoite:
_ A Fátima já está irada
Por isso, boa noite!

Avistei então Xuxa saindo
Para ela a vida era mel
Gritei , chamando seu nome:
_Escute-me Meneguel
O Programa do seu amigo Jô
É o meu pedaço de céu
Peça pra ele me entrevistar
Nunca terei alegria igual
Ela respondeu da porta do hotel
_Beijinho, beijinho, tchau, tchau

Esse povo artista é estranho
Parece que acha que eu mordo
Queria só ser entrevistada
e ouvir : _Um beijo do Gordo

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Um menino e seu destino.

Destino traçado, caminhos e trilhas, cada um por si
Solitário destino, menino cansado, tem muito caminho esperando por ti
Desalmado destino, tem fome o menino, não chora, nem come,
pois tem mais caminho desejando vir
E tenta encontrar; o pobre menino; uma solução, dá vontade de rir
Qual solução, se o destino malvado maltrata e derruba quem tenta subir?
Destino levado, não tem mais caminho, nem tão pouco trilhas pro menino seguir
Acorda menino, não é qualquer um que ganhou do destino um chão pra dormir
Come o pão suado, amanhecido, molhado, que o cruel destino te deu pra engolir
Já não tem mais sonho, menino tristonho, não tem nem vontade de tentar sorrir
Já não tem mais nada, não tem mais menino,
pois o diabo-destino não o deixou existir....

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

A grande viagem

        Ponto de ônibus e chuva. Uma combinação perfeita. Lá está Denise, no meio do povo amontoado que tenta se abrigar. Que demora! O serviço deu o cartão-transporte que serve para pegar ônibus, mas no ponto só passou lotação até agora. Gritos interromperam o pensamento da menina:
       _Praia, divisa. Praia, divisa, Praia ? Vai senhora? Praia, praia? Vai morena? Divisa, já tá saindo, já tá saindo...
        Mas, não sai, só fica no está... No mesmo lugar. Ela Acende um cigarro. O ônibus chega. Apaga o cigarro e corre pra conseguir alcançar, já que a droga da lotação não saiu.
        O ônibus se transformou em lotação... Assim de gente, ó! Um zoológico humano. O efeito estufa está preso na condução. Quente, quente... Ela vai se espremendo no meio do povo. Silêncio interrompido. Dessa vez, um moleque danado, ouvindo no celular algo que ele chama de música: 
        “Tchuthuca vai descendo até embaixo. Tchuthuca vai subindo até em cima” 
         Denise se pergunta por que a senhorita Tchuthuca não poderia descer pra cima ou subir pra baixo. O moleque faz questão de compartilhar seu “excelente” gosto musical com os passageiros, talvez para mostrar a potência do celular que roubou de alguém.
         Engraçado como as pessoas que conseguiram um espaço no assento reservado para os idosos sempre estão dormindo quando os velhinhos entram. Denise se lembra do filme “Nosso lar”. Não pode deixar de pensar que o coletivo é o Umbral. Mas, ela, uma menina tão boa estaria fazendo o que ali? 
         Janelas fechadas por causa da chuva. Nessas horas adoraria estar gripada. Mas, infelizmente o odor fétido entranha nas suas narinas e faz o Rio Tietê parecer cheiroso diante dos fatos.
         Uma voz fina e aguda vem fazer companhia à Thuthuca Sobe-Desce:
        _Desculpem atrapalhar a viagem de vocês. Meu nome é Washington e estou desempregado.
         A menina não se lembra de ter perguntado o nome do homem.
        _Tenho 3 filhos. Estou doente, fui despejado, minha mulher me largou, meu filho não anda      
         Denise já ouviu essa fala em algum lugar. (Talvez na novela “Maria do Bairro”)
        _ Estou pedindo a colaboração de vocês para levar um leitinho para meus filhos
        Quando o pai de Denise ficou desempregado ninguém colaborou, ela era pequena e ficou sem o leitinho... Será que o pai deveria ter pedido um copo de leite no ônibus?
         Poucas pessoas estendem uma moeda para o homem que desce praguejando:
        _Povo pão duro, morto de fome...
        Alguém pergunta:
        _Esse ônibus vai pela praia?
        O motorista irônico faz uma piadinha:
       _Não. Vai pela calçada.
        Mau humor. O passageiro não gostou da brincadeira, soltou um palavrão. O motorista revoltado, parou o ônibus para discutir com o homem.
        _Vamo Motô. Tenho pressa.
        _Se tem pressa compre um carro.
         O semáforo estava verde.  A lotação do começo da história tinha que recuperar o tempo perdido e estava em alta velocidade. Estrondo. Uns caindo por cima dos outros. Bateu.
        _Desce todo mundo!!!
        Agora o “barraco” é geral... E a chuva caindo! E a rua inundando
       _Talvez seja melhor ir de barco.
         Depois de alguns trechos da aventura se repetirem no novo ônibus, ela consegue chegar em casa e ouvir a mãe perguntar:
       _Onde você estava até uma hora dessas? Eu aqui dando um duro danado e você passeando por aí....

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Soneto de uma Sonhadora

Às vezes acredito que estou fora de contexto
Em dias de sol, sou constelação
Em pleno inverno, sou chuva de verão
Que derrama o seu pranto sem pretexto

É tão duro ter um coração mole
Que derrete perante um momento triste
Que se quebra com um problema que não existe
E seus cacos, não há “Bonder” que cole

Sou princesa em um barraco cor de rosa
E tem dias que o carinho me maltrata
Eu sou versos, e o meu mundo é tão prosa...

No universo de concreto, ando abstrata
De um ramalhete de cravos, quero a rosa
E dou as mãos à ansiedade que me mata

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Canção de Adolescente

Há alguns anos atrás fiz uma música que não tocou nas
rádios e nem saiu do papel, rs, mas, que hoje eu vou postar aqui e algumas pessoas poderão conhecer:

Um anjo na noite

Eu ando triste como um anjo
que perde seu poder
Ando triste como a própria dor
Não tenho colo, meu mundo é tão sozinho
Não tem sentido viver sem amor
Meus olhos dizem
Não quero escutar
O q pode ser dito com o olhar
Desejo apenas visualizar caminhos
Estou tão perdida, preciso me encontrar

Quando eu penso em tudo que eu podia ser
Que eu queria ser e deveria ser
Vem o silêncio me dizer
Você fez tudo errado
Você fez ao contrário do que deveria fazer

Quero ter boneca de pano
Voltar aos meus quinze anos
Quero amanhecer, amanhecer
A vida é feita de alegria,
Mas tem tanta hora vazia
Pra me anoitecer, anoitecer

Quando eu penso em tudo que eu podia ser
Que eu queria ser e deveria ser
Vem o silêncio me dizer
Você fez tudo errado
Você fez ao contrário do que deveria fazer

domingo, 21 de novembro de 2010

Faroeste Caboclo - O Outro Lado da História (Maria Lúcia)

Tremia de medo a tal de Maria Lúcia
Mas ninguém lhe disse nada quando ela se perdeu
Deixou o pai e o marasmo do sertão
Só pra conseguir o amor que o mundo não lhe deu
Quando criança só pensava em ser querida
A sua mãe perdeu a vida e no parto faleceu
Era o xodó lá no bairro que morava
Mas tinha dislexia e na escola não aprendeu
Ia pra igreja deixar todo seu dinheiro
Para ajudar os pobres, na caixinha do altar
Sentia mesmo que era mesmo diferente
E sentia que um dia ia achar o seu lugar
Ela queria um amor para se casar
igual novela que via na televisão
Juntou dinheiro para poder viajar
Não agüentava mais tamanha solidão
Fugia de todos os menininhos da cidade
De tanto brincar sozinha, aos doze ela chorou.
Aos quinze, foi mandada pra um internato
Onde aumentou sua mágoa com tanta falta de amor.
Não entendia como a vida funcionava
crianças passavam fome, roubos, mortes, tanta dor
Ficou cansada de tentar achar resposta
E comprou uma passagem, pra Brasília se “mudô”.
Lá chegando se deparou com um barzinho
Encontrou uma garçonete com quem foi falar
A garçonete tinha engravidado, não ia ficar no emprego
 Maria foi lhe salvar
Disse ela: "Cheguei agora em Brasília
e preciso urgentemente trabalhar
Pode ir, tem que cuidar da sua filha
Você vai e eu fico aqui no seu lugar"
A garçonete aceitou sua proposta
Ensinou todo o trabalho, tudo que era principal
No bar tinha gente de toda a idade
Ela tinha que dançar de uma forma sensual
"Painho, essa cidade é linda,
Mal cheguei já comecei a trabalhar
Meu patrão é um cara bem maneiro
Ganho quase mil por mês de gorjeta em um bar”
Na sexta-feira ela fazia caridade
voluntária num asilo que cuidava de vovôs
Conhecia muita gente interessante
Descobriu que nesse asilo também estava seu avô
Um peruano que vivia na Bolívia
Às sextas feiras também ajudava lá
Seu nome era Pablo e ele dizia
Que um primo ele ia apresentar
Maria Lúcia como louca trabalhava
E ainda ouvia graça dos marmanjos lá do bar
Procurava sempre nos jornais da banca
Um emprego melhorzinho para ela poder trocar
Mas ela não tinha muita experiência
Abandonara o colégio, nem chegou a se formar
E voltou mais uma vez praquele antro
Ia bem resignada, não gostava de dançar.
Logo, logo, os malucos da cidade falaram obscenidades:
 “Vem com o papai aqui!”
E a pobre Maria Lúcia magoada
Reclamou e foi mandada embora dali.
Sem amigos, ela quis voltar pro Norte
Começou a usar droga, pra se libertar
Mas de repente
Sob uma má influência das meninas da cidade
Começou a viciar.
Já no primeiro pico desmaiou
pra uma clínica ela foi pela primeira vez
Tantas marcas de agulha no seu corpo
"Se eu não mudar eu vou morrer de vez"
Agora Maria Lucia era fedida
Desnutrida e excluída no Distrito Federal
Já tinha apanhado de polícia
e também de traficante, vivia passando mal
E o Pablo apresentou o Santo Cristo
E de ter usado drogas ela se arrependeu
O Santo Cristo era um rapaz tão lindo
E o coração dela pra ele Maria Lúcia prometeu
Ela então com Santo Cristo foi morar
Dona de casa ela aprendeu a ser
 “Ô Santo Cristo o meu sonho é casar
E ficar junto até envelhecer"
O tempo passa e um dia vem na porta
Um senhor de alta classe com dinheiro na mão
Veio estragar o seu sonho cor de rosa
O namorado ficou bravo, parecia um leão
Ele gritava com uma cara de mau
Com o ricaço ele saiu na mão
Ela só ouviu “general de dez estrelas”
Santo Cristo estava irado e falava palavrão
O que será esse barraco na minha casa?
é que o marido era Peixes de ascendente em Escorpião"
Ela quis sair, e o marido com ódio no olhar lhe disse:
"Se você for não precisa voltar não"
“Se você for não precisa voltar não”
“Se você for não precisa voltar não”
Essas palavras entraram no coração
Maria ficou sem rumo, sem direção
O destino dela agora era incerto
Mas ir embora era correto, Santo Cristo ia largar
Se embebedou e no meio da bebedeira
ela voltou para as drogas, só queria se picar
Falou com Pablo, reclamou do companheiro
Que a deixara sem dinheiro e começara se armar
Pablo contou que trazia coisas da Bolívia
E Santo Cristo revendia em Planaltina
Mas acontece que com um tal de Jeremias,
Traficante de renome, Maria Lúcia foi comprar
Ele gostou da mulher de Santo Cristo
E decidiu que com a guria ele ia se amigar
Santo Cristo tinha Winchester-22
Virou bandido, só falava de matar
Maria Lúcia estava com raiva pois
Por causa dele ela voltara a se drogar
Jeremias, maconheiro sem-vergonha
Viciou mais Maria Lúcia que era pra ela se entregar
Aproveitava, fazia coisas indescentes
mas só o Santo Cristo ela queria amar
Mas Santo Cristo há muito não ia pra casa
E Jeremias começou a bolinar
 “Venha cá, quero você Maria Lúcia
Você vai ter que fazer o que eu mandar”
Ele a agarrou brutalmente ela chorou
E pro inferno foi, não só uma vez
Com Maria Lúcia a força ele casou
E um filho nela ele fez
Maria Lúcia tinha morrido por dentro
Jeremias um duelo com Santo Cristo marcou
Amanhã às duas horas na Ceilândia
Em frente ao lote 14, é pra lá que eu vou
Santo Cristo também tinha muita arma
E chamou o Jeremias de porco traidor
e disse que ia matar Maria Lúcia
Xingou Maria de falsa, mal sabia sua dor
 Maria Lúcia não sabia o que fazer
Viu o Santo Cristo na televisão
Eu sofrendo e ele falando na TV
tinha se tornado sem coração
E depois de pensar por duas horas,
Maria Lucia foi embora, queria sair dali
 Viu Jeremias atirando pelas costas
Acertando o Santo Cristo, da vida quis desistir
Então deu um nó na sua garganta,
Ela olhou pras bandeirinhas e pro povo a aplaudir
E correu na frente das câmeras e
esbarrou na repórter que filmava tudo ali
E se lembrou de quando era uma criança
O pai dizendo:_ “filha não saia daqui”
Logo ela que tinha tanta esperança
"Minha vida agora termina aqui"
E nisso o sol cegou seus olhos
Nos braços de Santo Cristo ela desfaleceu
Segurando na Winchester-22
E o Santo Cristo um beijo lhe deu
"Jeremias, sou mulher. Já teve a mim que mais ‘cê quer
Eu não vou ter esse seu filho não
Olha pra cá seu bandido sem-vergonha
Se me teve foi à força, nunca terá meu perdão"
E o Santo Cristo horrorizado não deu um piu
Deu cinco tiros no bandido traidor
Maria Lucia uma declaração  ouviu
E morreu com o Santo cristo protetor
E o povo declarava que Maria Lucia linda
Era santa porque escolheu morrer
E a alta burguesia da cidade
comparou tudo com o filme que passava na TV
Maria Lucia  conseguiu o que queria
Quando veio pra Brasília, para conhecer
Ele queria arrumar um pretendente
Um carinha boa gente e por ele...
Morrer...

sábado, 20 de novembro de 2010

Vida

Holofotes, câmera, luz, ação!!! Faça o seu melhor! Cenas, momentos. ”Take 1”, gravando: Lágrimas, pranto compulsivo, tragédias. A mocinha se afoga em um mar de lágrimas. Um drama da vida real. Intrigas, inveja, traição... dor. Expressões melancólicas, desesperadoras. Um fato. Triste??? Um labirinto. A mocinha não consegue achar a saída. Corre para um lado. Só há penumbra. Sombras com formatos monstruosos. Tem que fugir da própria sombra. Fugir para onde? Não encontra um espaço no seu próprio coração. Armadilhas. Mergulha dentro de si e sonha. No sonho, a luz, inspiração. Take 2: Palhaço de nariz grande e vermelho. O nariz é vermelho quando se chora. Mas o palhaço está feliz. Ele mostra para a menina um caminho iluminado na sua própria escuridão. O planeta dá voltas. Movimento de rotação? A roda gigante parou lá no alto. Do alto, as coisas tornam-se tão pequenas, irreais... O mundo é rosa, rosa chiclete, como seus pensamentos, tudo é diferente quando existe sonho. Felicidade, risos, gargalhada. O melhor é rir de si mesma. Transformar o drama em comédia. E a mocinha ri, um sorriso puro,que começa tímido e vai se alastrando na sua face. De repente, o riso contagia e ela sorri com o corpo inteiro. Expressões corporais. Take 3: Tudo está azul, azul celeste. Uma paz interrompida. Estrondo... gênero policial. O que ousa atrapalhar os sonhos da mocinha? Investigação. Cada um por si, o palhaço foi embora. E agora? Agora é correr atrás desse mistério... Take 4: Suspense!!! O que está acontecendo? Resolva imediatamente. Quebra cabeça. Segurem o riso, o palhaço sumiu... tantas dúvidas... Como será o dia depois de amanhã? 2012? Não, voltemos a idéia principal. Take 5: Ação, muita ação. Acorde mocinha, o mundo continua girando e você tem que achar o palhaço perdido. Mocinha Jones, aventura. Enfrente o desconhecido, sem medo. Jogue a bomba que tem no seu coração. Segure a corda, pule, mexa-se, Salte do décimo andar, mas caia de pé. Take 6, gravando: A mocinha não conseguiu cair em pé. Tinha um abismo e monstros na sua imaginação. Terror... Tem sangue.... Muito sangue. O sangue nos filmes é de mentirinha. É molho de tomate. No labirinto,ela segue as migalhas de pão que João e Maria deixaram... Take 7: Um conto de fadas... Ela caminha sozinha como uma gata borralheira. Mas, eis que surge de repente, o palhaço, o palhaço triste dos seus sonhos. Ela o abraça forte. Ele enxuga suas lágrimas. Mocinha direita, agora limpa a maquiagem do palhaço e visualiza um rosto lindo, delicado. O beijo acontece... Uma cena mágica. O palhaço na verdade é seu príncipe encantado. Ele ajuda a mocinha a subir no seu cavalo branco e eles vão viver felizes para sempre. Final feliz. Não tem mais take. Um cenário abandonado... Aplausos. Fim